O melhor esconderijo, a maior escuridão Já não servem de abrigo, já não dão proteção
A Líbia é bombardeada, a libido e o vírus O poder, o pudor, os lábios e o batom Que a chuva caia Como uma luva Um diluvio Um delírio Que a chuva traga Alivio imediato Que a noite caia De repente caia Tão demente Quanto um raio Que a noite traga Alivio imediato Há espaço pra todos, há um imenso vazio, Nesse espelho quebrado por alguém que partiu A noite cai de alturas impossíveis E quebra o silencio e parte o coração Há um muro de concreto entre nossos lábios, Há um muro de Berlim dentro de mim Tudo se divide, todos se separam Duas Alemanhas, duas Coreias Tudo se divide, todos se separam Que a chuva caia Como uma luva Um diluvio Um delírio Que a chuva traga Alivio imediato Que a noite caia De repente caia Tão demente Quanto um raio Que a noite traga Alivio imediato - Alivio imediato - Engenheiros do Hawaii
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
já não servem de abrigo, já não dão proteção
absurdamente, voce ainda faz falta
"Sinto uma falta absurda de você. Ficou um vazio que ninguém (pre)enche. E penso e repenso e trepenso em você por aí. Deve ser tão árido. Horizontes infinitos? Mas fique tão tranqüilo — e humilde, e confiante — quanto possível. É só uma fase, só um estágio. [...] - E lembro daquela história zen, o rei que pediu ao monge um talismã que o protegesse de qualquer mal. O monge deu ao rei um anel, com a recomendação de abri-lo só em caso de extremo perigo. Um dia, o castelo foi cercado pelos inimigos, e o rei encurralado numa torre. Ele abriu o anel. Dentro, havia um papelzinho dobrado. Ele abriu o papeizinho e leu uma frase assim: “Isto também passará”. [...] Saiu o abismal, Agua sobre Água: a imagem de um abismo. Como no fundo do abismo, a água escorre, você deve escorrer sem parar, para a frente."
Caio F. Abreu
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
A vida é mesmo assim, dia e noite, não e sim - Lulu Santos
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Você sorriu, um gosto de amor fincou na dor
Só você não viu quanta aurora,
Eis a hora que você me beijou
Só você não viu,
Ir embora mundo
Afora o que um dia me partiu
Você sorriu, um gosto de amor ficou na dor
Tão livre pra ser o que sou
Você partiu... sem demora
Como eu me senti?
Como agora sem fundo
Com melhor, o maior sobre mim
Tão feliz que sou.
terça-feira, 16 de novembro de 2010
"In my life I'll love you more" The Beatles
a coisas que você não quer ver
mas você nãoconsegue fechar o coração
a coisas que você não quer sentir"
Acreditei que se amasse de novo
Esqueceria outros
Pelo menos três ou quatro rostos que amei
Num delírio de arquivística
Organizei a memória em alfabetos
Como quem conta carneiros e amansa
No entanto flanco aberto não esqueço
E amo em ti os outros rostos.
in Contagem regressiva – Inédidos e dispersos
OS SOBREVIVENTES
Anônimos II
- então, vem?
- estou com saudade.
- como?
- já sentiu, saudade?
- saudades?
- não, saudade.
- qual a diferença entre saudade e saudades?
- é que já faz tanto tempo, que colocar no plural dilacera mais.
- tempo de que?
- de saudade.
- de quem?
- do que?
- de tudo.
- tudo?
- nunca tive.
- teve?
- nada
- as coisas acabam rápido, não é?
- não sei ... elas tem fim?
- num dia jura-se que ama alguém, n'outro cada um para seu lado, viva sem o outro e prove o seu próprio veneno, amor sem amor, sem amor com dor.
- não entendo, essas coisas de amor.
- as coisas realmente acabam assim tão rápido?
- não sei, as coisas acabam?
- se tem um fim.
- e para onde vai os resquícios?
domingo, 14 de novembro de 2010
anônimos
- não sei, não estou querendo ir. Ir para lugar algum quando está cansado não é bom.
- vem
- a história já não tem a mesma graça. os personagens, já conheço o fim.
- quanto a nós?
- sei também, é o fim.
- não, quanto nós agora.
- não sei.
- por que não uma oportunidade para nós?
- existimos?
- queres?
- e para onde caminharemos?
- por cima do lago não será.
- mergulharemos?
- a fundo.
- para-onde-desejares
- o que você quer?
- ainda não sei, mas o que você quer?
- começar.
- que tal agora?
sábado, 13 de novembro de 2010
9 meses e 24 dias de vida! NAAAASCEU
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaraááá.
Bom galera, venho falar sobre uma coisa bem simples: O BLOG.
Pois é, nesses quase 10 meses blogando (o único blog que levei a sério e foi mais duradouro, foi este) percebi algumas muitas mudanças em meu modo de escrever, em mim , em tudo.
Só não sei se essas mudanças precisam ao exato mudar minha forma de agir, pois afinal as verdadeiras mudanças são feitas no interior, as mudanças físicas são passageiras e muitas das vezes não alteram quem somos realmente -isso já está ficando muito filosófico, vamos mudar- ... A começar por perceber e identificar alguns erros no modo de escrever, o primeiro POST que aqui fiz teve como título COMECEI - percebem o erro?- na época eu não percebia, e quando percebi preferi não mudar, por inúmeros motivos um deles pois originalidade não é moda, é próprio. E mesmo que quando ser original errasse, aprende-se errando, então.
Comecei a ler mais ... muito mais. Esse ano por exemplo li mais livros do que em toda minha vida. ...
Por enquanto é isso. Beijo e um abraço a todos que lêem o que aqui escrevo.
e que tudo, nasça.
Sempre o mesmo rosto, o rosto é o mesmo de sempre, imóvel, intacto.
Difícil aceitar um buraco no meio do jardim?
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Sinto, falta.
Sinto falta e saudade não sei de quem, ou de que, querem ver como o sol vai chegar amanhã mesmo que as nuvens o impeçam de vir com todo sua claridade, é com essa mesma certeza -de-que-o-sol-chegará-amanhã que eu tenho a convicção de que sei de quem sinto tanta saudade. E não é para menos e nunca foi ... São frases incompletas, que meio sem nexo se unem a que chamo de saudade
O chorão, a Lua e o Lago
Pois diz a Juçara que o chorão não era assim. Era uma árvore toda esticadinha, muito orgulhosa e antipática. Ela morava na beira de um lago bem clarinho. Pois imagina que o Chorão — que naquele tempo não se chamava chorão, mas salgueiro — inventou de se apaixonar pela Lua. Só que o Lago também se apaixonou, ao mesmo tempo. Ficavam os dois, o Chorão e o Lago, todos suspirosos quando a Lua aparecia atrás da montanha, ao anoitecer. Tantas caras e bocas fizeram que um vaga-lume muito fofoqueiro ouviu a história da tal paixão e foi contar pra Lua. A Lua, claro, ficou muito envaidecida. Quem que não gosta que os outros se apaixonem pela gente? Pois a Lua mandou dizer aos dois apaixonados que, na próxima sexta-feira, quando estivesse bem cheia e aparecesse atrás da montanha, o pretendente que estivesse mais bonito, na hora ela ficava noiva.
O Chorão ficou na maior empolgação. Fez amizade com o vaga-lume, interesseiro que era. E pediu a ele que chamasse todos os
amigos vaga-lumes para enfeitá-lo todo, na sexta-feira de tardezinha. O pobre do Lago era muito desajeitado e humildezinho. Até tentou se enfeitar um pouco, mas os enfeites todos scorregavam na superfície dele e acabavam afundando. Quando chegou a sexta-feira, o Chorão estava lindaço, cheio de vaga-lumezinhos vaga-lumeando brilhosos nos galhos. Parecia uma árvore de Natal. E tão atrevido! Debochava horrores do pobre Lago, que só tinha uns peixinhos muito assustados espiando de vez em quando. A Juçara diz que aquele salgueiro estava um nojo, de tão exibido e certo de que ia ficar noivo da Lua. Mas acontece que, na hora em que a Lua apareceu atrás da montanha, ela viu todo aquele brilho do salgueiro refletido — onde? Ora, nas águas do pobrezinho do Lago, umas águas muito limpinhas e quietas. Claaaaaaaaro que ela achou o Lago muitíssimo mais bonito. Aí ficou noiva dele na hora, e nas sete noites de lua cheia vem se banhar nua nas suas águas quentinhas. O salgueiro? Ah, ficou tão desapontado que começou a despencar, despencar, despencar até virar essa árvore tristonha que a gente agora chama de chorão. Não é bonita a historinha da Juçara? Você pode achar um pouquinho triste, também, mas eu acho ótimo que o chorão tenha sido castigado pelo seu orgulho.
Daí, penso também outra coisa de gente grande: não adianta muito você se enfeitar todo pra uma pessoa gostar mais de você. Porque, se ela gostar, vai gostar de qualquer jeito, do jeito que você é mesmo, sem brilhos falsos.









