segunda-feira, 28 de março de 2011

quando eu tô legal



Você me quer bem
Quando eu tô legal
Te incomoda por quê?
Me faz bem
Pra jogar na cara
O que acabou de fazer
Me deprime, me derruba
E depois reza por mim
E o meu crime, apagar as velas antes do fim

(...)

Na sua ironia burra, dou cabo
Meu bem, nem tô passando pires, nem babo
Desfila sua vida cor de rosa no rabo do diabo ...


Jay Vaquer

sexta-feira, 25 de março de 2011

Pois é, Zé

Desisti da postagem que havia feito, estava 'moral' demais ...

- Pois então, Zé, pruquê se acha que as coisas mudaram tanto?
- Tu tá falando de quê homí?
- Dessa gente ... Elas querem tudo, tudo dessa coisa material. É assim que se fala, Zé?
- É sim, homí, esse negócio material, vem consumindo as pessoas. ... Essa vontade de ter ... E ter ...
- E quanto mais se tem, parece que mais quer ter.
- Pois é, Zé.
- Eu sou homí, honesto, cometi muitos erros na minha vida, queria consertar essas coisas, mas agora ... Não tenho tempo, de ir lá fazer diferente, e nem de ficar arrependido.
- O tempo passa tão rápido, Zé. ...
- As pessoas querem tudo, e acabam seu tempo querendo ter melhor que o outro.
- Ainda nesse assunto, Zé!?
- É que até hoje, eu, nessa idade, não entendo essa gente. Querendo ter um treco que fala com a pessoa lá dos 'Statis' melhor que a do outro... Tudo não vai falar do mesmo jeito?
- Vai sim, Zé. ... Mas para quê essa conversa, aí sem sentido?
- É para desabafar, homí, é para desabafar ...


Desculpem-me por esse diálogo um tanto quanto sem pé-nem-cabeça, é apenas para desabafar...

segunda-feira, 7 de março de 2011

Tem limite

Suportando as pessoas até um limite, não limite que eu propus, mas um limite que elas forçaram a ter. Tem momentos que não quero olhar para a cara de ninguém. Qualquer palavra me faz mal, e eu não estou a fim de realmente agradar as pessoas, elas ultrapassam meus limites e simplesmente acham isso normal. Me fazem mal e não entendem que eu tenho um tempo de cura, e não um tempo que o ódio fica reinando em mim, mas um tempo que preciso para melhorar, ou ao menos tentar compreender porque elas agiram assim, e têm muitas vezes que nem tento mais. Eu queria ter alguém para chamar de meu...


sábado, 5 de março de 2011

EXTREMOS DA PAIXÃO

"Não, meu bem, não adianta bancar o distante
lá vem o amor nos dilacerar de novo..."

Andei pensando coisas. O que é raro, dirão os irônicos. Ou "o que foi?" - perguntariam os complacentes. Para estes últimos, quem sabe, escrevo. E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual à perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro (a) mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo (a), há então uma morte anormal. O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu. E dói mais fundo- porque se poderia ter, já que está vivo (a). Mas não se tem, nem se terá, quando o fim do amor é: NEVER.

Pensando nisso, pensei um pouco depois em Boy George: meu-amor-me-abandonou-e-sem-ele-eu-nao-vivo-então-quero-morrer-drogado. Lembrei de John Hincley Jr., apaixonado por Jodie Foster, e que escreveu a ela, em 1981: "Se você não me amar, eu matarei o presidente". E deu um tiro em Ronald Regan. A frase de Hincley é a mais significativa frase de amor do século XX. A atitude de Boy George - se não houver algo de publicitário nisso - é a mais linda atitude de amor do século XX. Penso em Werther, de Goethe. E acho lindo.

No século XX não se ama. Ninguém quer ninguém. Amar é out, é babaca, é careta. Embora persistam essas estranhas fronteiras entre paixão e loucura, entre paixão e suicídio. Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira:compreendo sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe,berrando de pavor para o mundo insano, e que embarcarei sozinho num caixão rumo a sei lá o quê, além do pó. O que ou quem cruzo entre esses dois portos gelados da solidão é mera viagem: véu de maya, ilusão, passatempo. E exigimos o terno do perecível, loucos.

Depois, pensei também em Adèle Hugo, filha de Victor Hugo. A Adèle H. de François Truffaut, vivida por Isabelle Adjani. Adèle apaixonou-se por um homem. Ele não a queria. Ela o seguiu aos Estados Unidos, ao Caribe, escrevendo cartas jamais respondidas, rastejando por amor. Enlouqueceu mendigando a atenção dele. Certo dia, em Barbados, esbarraram na rua. Ele a olhou. Ela, louca de amor por ele, não o reconheceu. Ele havia deixado de ser ele: transformara-se em símbolos em face nem corpo da paixão e da loucura dela. Não era mais ele: ela amava alguém que não existia mais, objetivamente. Existia somente dentro dela. Adèle morreu no hospício, escrevendo cartas (a ele: "É para você, para você que eu escrevo" - dizia Ana C.) numa língua que, até hoje, ninguém conseguiu decifrar.

Andei pensando em Adèle H., em Boy George e em John Hincley Jr. Andei pensando nesses extremos da paixão, quando te amo tanto e tão além do meu ego que - se você não me ama: eu enlouqueço, eu me suicido com heroína ou eu mato o presidente. Me veio um fundo desprezo pela minha/nossa dor mediana, pela minha/nossa rejeição amorosa desempenhando papéis tipo sou-forte-seguro-essa-sou-mais-eu. Que imensa miséria o grande amor - depois do não, depois do fim - reduzir-se a duas ou três frases frias ou sarcásticas. Num bar qualquer, numa esquina da vida.

Ai que dor: que dor sentida e portuguesa de Fernando Pessoa - muito mais sábio -, que nunca caiu nessas ciladas. Pois como já dizia Drummond, "o amor car(o,a,) colega esse não consola nunca de núncaras". E apesar de tudo eu penso sim, eu digo sim, eu quero Sins.


Caio Fernando Abreu
em Pequenas Epifanias

sexta-feira, 4 de março de 2011

Quatro Estações - Ana Laura Nahas



Quatro Estações

A teoria da analista inglesa que H numa revista estes dias faz sentido. Mary Esther Harding (1888-1971, psicóloga, quarta entre os seis filhos de um cirurgião dentista do condado de Shropshire) divide a existência humana em quatro, segundo as estações do ano.
Segundo ela, até os 21 anos estaríamos naprimavera, época de semeaduras e construções, nascimentos e desabrochares. Dos 21 aos 42 experimentaríamos dias e respectivas noites de verão, eles mais longos que elas, movimento e igualmente construções, só que outras.

Dos 42 aos 63 seríamos como o outono das grandes colheitas, celebrá-las e acertar os ponteiros deixados pela temporada anterior. Daí em diante, haveríamos de aturar o inverno, ar frio, céu cinza, e os bichos hibernam, agente mete o corpo por baixo das cobertas, a noite anoitece mais cedo e às vezes cai neve.

Se entendi direito, viveríamos como flores nos primeiros tempos, infância, adolescência e chegada à maioridade feito girassóis, rosas, margaridas, tulipas, as orquídeas que serviam para dar força e virilidade aos astecas e curavam tosses e doenças pulmonares dos chineses, e as violetas que os homeopatas usam desde 1829 para combater sinusites e reumatismos.

(Às vezes tarde demais -mas antes tarde do que mais tarde - descobriríamos que faz bem ser um pouco heliotrópico, comportamento que, segundo abiologia, têm os vegetais que por motivos diversos voltam o tronco e membros para o sol).

Aos 20 e poucos e pela década seguinte moraríamos em um mundo quente como a noite da última quinta (um pouco menos abafado até que não faria mal), horário diferente, figurino leve, caipirinha de tangerina (delícia), a profusão de vermelhos e amarelos é cinzas e verdes do entardecer, compreensões e capacida-des de perdoar e relativizar mais aguçadas que nunca, um cheiro diferente, e a ideia de que, entre dezem-bro e as águas de março, a vida pesa menos.
(Ufa).

Aos 42 e pelos próximos 21 aniversários colheríamos o resultado das semeaduras de antes, luz solar incidindo sobre o Equador na perpendicular, ambos os hemisférios igualmente iluminados dias e noites com duração semelhante, temperaturas mais amenas, menor umidade do ar, redução de chuvas, temporada de mudar, colher e ver as folhas que caem, mais ou me¬nos amarelas, na calçada, nas ruas e na varanda.

Como os animais, armaze-naríamos o que fossepreciso durante o outono, de comida à aposentadoria, de paciên-cia à sabedoria, de informações aos afetos maís serenos, da" casa arrumada com mesa, estantes, armários e plantas aos descendentes e os descendentes deles, dos sonhos tornados reais às lembranças. E então... possivelmente... então abriríamos as portas para o rigoroso inverno dos finais, até que não houvesse mais nada.

Crônica publicada no Jornal A GAZETA (ES) 26/02/2011
Escrita por Ana Laura Nahas



quinta-feira, 3 de março de 2011

Blogs o qual indico

Cuxilando
Cem por cento implicante
Mas sempre são rosas
Aperitivo

Desculpem, mas não tenho mais blogs que eu queira indicar.

Meu primeiro SELO




Ontem eu soube via twitter, depois de chegar de viagem que ganhei um selo, de um blog de uma pessoa muito amada. (:
O blog da Celinha, que carinhosamente chamo-a de MAMÃE, foi quem deu o selinho blog Mas sempre são rosas .
E existe algumas regras para poder recebê-lo . Então vamos a elas.

Regras: Pegue o selinho, responda a pergunta (O que é mágico para você?), repasse para 10 blogs, indique de onde ganhou o selinho e ilustre com uma imagem. O que é mágico para mim?

O que é mágico para mim?

Onde está a mágia das "coisas", que nos fazem fugir para determinados locais e isolar-nos?
Onde está o mágico que encanta(va) os olhos com as magias que realmente eram coisas de outro mundo?
Onde está a magia do circo que há tanto tempo não vou?
Aonde foi parar todo amor, das pessoas? Que não seja amor, mas respeito a vida?
O que é mágico para mim, é o que está em mim, o que está em meu interior, é o que eu consigo fazer por mim, e pelo próximo a qual eu gosto, e sentir-me bem.
O mágico para mim, é a simplicidade de estar feliz, sem precisar deixar ninguém infeliz, a magia para mim não está em vencer só para provar ao outro que eu sou capaz de fazer algo e ele NÃO. O mágico para mim está em ser feliz, nas coisas simples, no sorriso dos meus primos, que mesmo sendo elétricos, eu fico feliz, feliz demais, em vê-los.
O mágico para mim, está em PERDOAR. Não perdoar o próximo com a BOCA, e sim o coração. E se não conseguir perdoar, desejar o bem, querer o bem.






Desculpem, pela minha falta de criatividade, pois a minha mamãe, postou uma foto dos meu irmãozinhos, e eu, olho crianças, lembro das minhas. *-*