sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

livros 2010

Continuando a corrente, achei um tanto interessante a ideia que vi no Blog da Nico Rosa . Então aí vai,
os
livros que li em 2010

*não lembro todos*

  • Morangos Mofados - Caio Fernando Abreu
  • Cartas Caio Fernando Abreu
  • O Caçador de Pipas - Khaled Hosseini
  • Ovelhas Negras - Caio Fernando Abreu
  • A Menina que roubava livros - Markus Zusak
  • A Cabana - William P. Young
  • A Hora da Estrela - Clarice Lispector
  • Passagem para Ravena - José Ricardo Moreira
  • Uma bebida e um amor sem gelo, por favor - Liliane Prata

FELIZ 2011




"Olha, nesta noite quando der 00:01 do dia 01 de janeiro, quando os foguetes começarem a clarear a noite, quando o céu se iluminar e, todos começarem a desejar feliz 2011, olharei pro céu e pensarei em você desejando que você esteja fazendo o mesmo.
Te mando pelo vento meu beijo, meu carinho...minha saudade. "

"Que seja doce! Que seja doce! Que seja doce! Que seja doce! Que seja doce! Que seja doce! Que seja doce!
Repito 7 vezes que é pra dar sorte!"

domingo, 12 de dezembro de 2010

Aquele que brigou com Noel


Cada leitor guarda com carinho, açúcar e afeto a sua coleção em fascíoi;-los preferida. A minha é "A História da Música Popular Brasileira", da Abril Cultural, hoje disputada a peso de ouro em se-bos. Trata-se de uma série de LPs sobre compositores estelares da MPB, acompanhada de fotos e textos de alto nível.
Em um tour cultural na Toca do Vinícius - pequeno templo da bossa nova no coração de Ipanema -, garimpei quatro dessas preciosidades dedicadas a Wilson Batista, Ismael Silva, Geraldo Pereira e António Maria e Fernando Lobo. Ou seja, três sambistas essenciais da ÉpocadeOuro (de 1930 a 1945) e uma dupla que construiu alguns dos mais belos versos de desilusão amorosa de que se tem notícia.
O primeiro perfil a chamar-me a atenção foi o de Wilson Batista. Negro, pobre e se-mianalfabeto, o compositor foi o primeiro a fazer apologia explícita à marginalidade no início da década de 30. Seu "Lenço no Pescoço", gravado por Silvio Caldas em 1933, poderia ser adaptado (guardadas as devidas proporções) aos chefoes do tráfico das favelas do Rio: "Meu chapéu do lado/Tamanco arras-tando/Lenço no pescoço/Navalha no bolso/Eu passo gin-gando/Provoco e desafio/Eu tenho orgulho de ser tão vadio".
Mais do que retrato contundente da malandragem, Wilson Batista registrou em música o comportamentodeumaparcela da sociedade ignorada pelo poder público. E acabou dando início a uma polémica que entraria para a história da MPB. Preocupado com a imagem dos sambistas, Noel Rosa respondeu à ousadia do principiante com ares de bom moço no samba "Rapaz Folgado": "Malandro é palavra derrotista/Que só serve pra tirar/Todo o valor do sambista/Proponho ao povo civilizado/Não te chamar de malandro/E sim de rapaz folgado".
O erro - ou seria acerto? - de Batista foi ter decidido enfrentar Noel. Logicamente se deu mal. Fazendo alusão à origem de classe média do adversário, ele partiu para a agressão em "Mocinho da Vila": "Injusto é seu comentário/Falar de malandro quem é otário". Noel respondeu com a obra-prima "Feitiço da Vila", sua exaltação à Vila Isabel.
Diante do golpe de génio, o herói da Lapa foi conferir os encantos da Vila e, ao não enxergar nada do que o rival descrevera, espalhou que era tudo "Conversa Fiada". Noel, então, desmoralizou-o com "Palpite Infeliz". Nocauteado, Batista ainda tentou apelar para a baixaria em "Frankenstein da Vila", mas a vitória do oponente já estava sacramentada.
A ironia do destino é que os dois tornaram-se parceiros e, numa noite na Lapa, compuseram "Deixa de Ser Convencido", na qual Noel previu o destino que a posteridade reservaria ao ex-inimigo, de acordo com a brilhante percepção do pesquisador Joel Rufino dos Santos: "E no picadeiro desta vida/Serei o domador/Serás a fera abatida".
De fato, após a morte de Noel Rosa, em 1937, Wilson Batista criou sambas memoráveis como 'Acertei no Milhar" (com Geraldo Pereira), "Pedreiro Val-demar" (Roberto Martins) e "O Bonde São lanuário" (Ataulfo Alves), este último umaguinada para o trabalho e os bons costumes enquadrada pelo Estado Novo de Getúlio Vargas. Foi mestre na arte de retratar tipos e de cantar temas ligados ao povo como o carnaval, o futebol, o jogo do bicho.; Mas, para a história - e ela muitas vezes é cruel com os seus personagens -, ele ficará eternamente marcado como "aquele que brigou com Noel

- José Roberto Santos Neves

em A GAZETA Vitória (ES) , quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Otimismo




Otimismo ainda é tudo, ou quase, não sei.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Mas de tudo isso,

me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar: de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo. [...] para não querer, violentamente não querer de maneira alguma ficar na sua memória, seu coração, sua cabeça, como uma sombra escura. Perdoe a minha precariedade e as minhas tentativas inábeis, desajeitadas, de segurar a maçã no escuro. Me queira bem. Estou te querendo muito bem neste minuto. Tinha vontade que você estivesse aqui e eu pudesse te mostrar muitas coisas, grandes, pequenas, e sem nenhuma importância, algumas. Fique feliz, fique bem feliz, fique bem claro, queira ser feliz. Você é muito lindo e eu tento te enviar a minha melhor vibração de axé. Mesmo que a gente se perca, não importa. Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. Mas que seja bom o que vier, para você, para mim. - Caio F. Abreu

sábado, 4 de dezembro de 2010

Tal qual estou a esperar a sua volta


O seu amor, o nosso amor me faz pensar.
É tão fácil lembrar, com a memória é muito simples.
Difícil é esquecer quando se tem amor.
E você tornou-se impossível de se esquecer.

Há tempo que ficou pra trás todo silêncio e solidão.
Se o tempo foi, você ficou junto de mim a me aquecer.
Há tempo que o frio passou, ficou o calor da tua luz.
Se o tempo foi, você marcou presença onde não há valor.




Parusia - Rosa de Saron

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Não se pode ser infeliz,

“não se pode morrer em vida, não se pode desistir de
amar, de criar. Não se pode: é pecado, é proibido Não é possível adiar a vida. Há um mês recortei uma frase, não sei de quem, do jornal, e colei em frente à minha escrivaninha: “Se o homem não vem ao encontro do destino, será soterrado por ele”. - Caio F. Abreu in Cartas Caio F. Abreu

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

já não servem de abrigo, já não dão proteção


O melhor esconderijo, a maior escuridão Já não servem de abrigo, já não dão proteção
A Líbia é bombardeada, a libido e o ví­rus O poder, o pudor, os lábios e o batom Que a chuva caia Como uma luva Um diluvio Um delírio Que a chuva traga Alivio imediato Que a noite caia De repente caia Tão demente Quanto um raio Que a noite traga Ali­vio imediato Há espaço pra todos, há um imenso vazio, Nesse espelho quebrado por alguém que partiu A noite cai de alturas impossí­veis E quebra o silencio e parte o coração Há um muro de concreto entre nossos lábios, Há um muro de Berlim dentro de mim Tudo se divide, todos se separam Duas Alemanhas, duas Coreias Tudo se divide, todos se separam Que a chuva caia Como uma luva Um diluvio Um delírio Que a chuva traga Alivio imediato Que a noite caia De repente caia Tão demente Quanto um raio Que a noite traga Ali­vio imediato - Alivio imediato - Engenheiros do Hawaii

absurdamente, voce ainda faz falta


"Sinto uma falta absurda de você. Ficou um vazio que ninguém (pre)enche. E penso e repenso e trepenso em você por aí. Deve ser tão árido. Horizontes infinitos? Mas fique tão tranqüilo — e humilde, e confiante — quanto possível. É só uma fase, um estágio. [...] - E lembro daquela história zen, o rei que pediu ao monge um talismã que o protegesse de qualquer mal. O monge deu ao rei um anel, com a recomendação de abri-lo só em caso de extremo perigo. Um dia, o castelo foi cercado pelos inimigos, e o rei encurralado numa torre. Ele abriu o anel. Dentro, havia um papelzinho dobrado. Ele abriu o papeizinho e leu uma frase assim: “Isto também passará”. [...] Saiu o abismal, Agua sobre Água: a imagem de um abismo. Como no fundo do abismo, a água escorre, você deve escorrer sem parar, para a frente."



Caio F. Abreu

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A vida é mesmo assim, dia e noite, não e sim - Lulu Santos


"Tudo está em movimento, e nada dura eternamente. Por isso, não podemos "entrar duas vezes no mesmo rio". Porque quando entro no rio pela segunda vez, tanto eu como o rio estamos mudados." Jostein Gaarder in O Mundo De Sofia









quarta-feira, 17 de novembro de 2010

"Onde vive você? Pra onde foi você? Aqui vive você?" REC




"Os caminhos são individuais/intransferíveis." Caio F. Abreu




Você sorriu, um gosto de amor fincou na dor


Só você não viu quanta aurora,
Eis a hora que você me beijou
Só você não viu,
Ir embora mundo
Afora o que um dia me partiu
Você sorriu, um gosto de amor ficou na dor
Tão livre pra ser o que sou
Você partiu... sem demora

Como eu me senti?
Como agora sem fundo
Com melhor, o maior sobre mim
Tão feliz que sou.

Só resta a mim cantar a tua amor.
Maria Gadú


imagem créditos

terça-feira, 16 de novembro de 2010

"In my life I'll love you more" The Beatles


"você pode fechar os seus olhos
a coisas que você não quer ver
mas você nãoconsegue fechar o coração
a coisas que você não quer sentir"




Acreditei que se amasse de novo
Esqueceria outros
Pelo menos três ou quatro rostos que amei
Num delírio de arquivística
Organizei a memória em alfabetos
Como quem conta carneiros e amansa
No entanto flanco aberto não esqueço
E amo em ti os outros rostos.

Ana Cristina Cesar
in Contagem regressiva – Inédidos e dispersos


OS SOBREVIVENTES

"Que aconteça alguma coisa bem bonita com você, ela diz, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez, que leve para longe da minha boca este gosto podre de fracasso, este travo de derrota sem nobreza, não tem jeito, companheiro, nos perdemos no meio da estrada e nunca tivemos mapa algum, ninguém dá mais carona e a noite já vem chegando." - In Morangos Mofados Caio F. Abreu

Anônimos II




penso, repenso, penso, tripenso em você. e só vem saudade, que está ao lado. Saudade engraçada, de que nunca foi meu.

- então, vem?
- estou com saudade.
- como?
- já sentiu, saudade?
- saudades?
- não, saudade.
- qual a diferença entre saudade e saudades?
- é que já faz tanto tempo, que colocar no plural dilacera mais.
- tempo de que?
- de saudade.
- de quem?
- do que?
- de tudo.
- tudo?
- nunca tive.
- teve?
- nada
- as coisas acabam rápido, não é?
- não sei ... elas tem fim?
- num dia jura-se que ama alguém, n'outro cada um para seu lado, viva sem o outro e prove o seu próprio veneno, amor sem amor, sem amor com dor.
- não entendo, essas coisas de amor.
- as coisas realmente acabam assim tão rápido?
- não sei, as coisas acabam?
- se tem um fim.
- e para onde vai os resquícios?

domingo, 14 de novembro de 2010

anônimos



- vem.
- não sei, não estou querendo ir. Ir para lugar algum quando está cansado não é bom.
- vem
- a história já não tem a mesma graça. os personagens, já conheço o fim.
- quanto a nós?
- sei também, é o fim.
- não, quanto nós agora.
- não sei.
- por que não uma oportunidade para nós?
- existimos?
- queres?
- e para onde caminharemos?
- por cima do lago não será.
- mergulharemos?
- a fundo.
- para-onde-desejares
- o que você quer?
- ainda não sei, mas o que você quer?
- começar.
- que tal agora?


sábado, 13 de novembro de 2010

9 meses e 24 dias de vida! NAAAASCEU




Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaraááá
.
Bom galera, venho falar sobre uma coisa bem simples: O BLOG.
Pois é, nesses quase 10 meses blogando (o único blog que levei a sério e foi mais duradouro, foi este) percebi algumas muitas mudanças em meu modo de escrever, em mim , em tudo.
Só não sei se essas mudanças precisam ao exato mudar minha forma de agir, pois afinal as verdadeiras mudanças são feitas no interior, as mudanças físicas são passageiras e muitas das vezes não alteram quem somos realmente -isso já está ficando muito filosófico, vamos mudar- ... A começar por perceber e identificar alguns erros no modo de escrever, o primeiro POST que aqui fiz teve como título COMECEI - percebem o erro?- na época eu não percebia, e quando percebi preferi não mudar, por inúmeros motivos um deles pois originalidade não é moda, é próprio. E mesmo que quando ser original errasse, aprende-se errando, então.
Comecei a ler mais ... muito mais. Esse ano por exemplo li mais livros do que em toda minha vida. ...
Por enquanto é isso. Beijo e um abraço a todos que lêem o que aqui escrevo.




e que tudo, nasça.


E que tudo exploda, e que tudo exploda em cima de mim, que tudo acabe, que tudo se renove, renove, inove, e acabe.
Sempre o mesmo rosto, o rosto é o mesmo de sempre, imóvel, intacto.
Difícil aceitar um buraco no meio do jardim?



sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Sinto, falta.




Sinto falta, nem tanta assim, mas em demasia, sinto frio por isso preciso de banhos gelados, estou longe por isso quero tanto você aqui.
Sinto falta e saudade não sei de quem, ou de que, querem ver como o sol vai chegar amanhã mesmo que as nuvens o impeçam de vir com todo sua claridade, é com essa mesma certeza -de-que-o-sol-chegará-amanhã que eu tenho a convicção de que sei de quem sinto tanta saudade. E não é para menos e nunca foi ... São frases incompletas, que meio sem nexo se unem a que chamo de saudade

O chorão, a Lua e o Lago

Amiguinhos, quanto tempo, quanto tempo realmente, hoje venho aqui, expressar o que tenho a dizer em uma história contida na obra do incrivel e indescritível Caio Fenando Abreu, o livro As Frangas, com temática infantil, uma narração insipirada num livro escrito por Clarice Lispector ... Vai o conto. ...



O chorão, a Lua e o Lago


Vocês conhecem o chorão? Aquela árvore assim alta, magra, meio despencada, com uns galhos compridos até o chão?
Pois diz a Juçara que o chorão não era assim. Era uma árvore toda esticadinha, muito orgulhosa e antipática. Ela morava na beira de um lago bem clarinho. Pois imagina que o Chorão — que naquele tempo não se chamava chorão, mas salgueiro — inventou de se apaixonar pela Lua. Só que o Lago também se apaixonou, ao mesmo tempo. Ficavam os dois, o Chorão e o Lago, todos suspirosos quando a Lua aparecia atrás da montanha, ao anoitecer. Tantas caras e bocas fizeram que um vaga-lume muito fofoqueiro ouviu a história da tal paixão e foi contar pra Lua. A Lua, claro, ficou muito envaidecida. Quem que não gosta que os outros se apaixonem pela gente? Pois a Lua mandou dizer aos dois apaixonados que, na próxima sexta-feira, quando estivesse bem cheia e aparecesse atrás da montanha, o pretendente que estivesse mais bonito, na hora ela ficava noiva.
O Chorão ficou na maior empolgação. Fez amizade com o vaga-lume, interesseiro que era. E pediu a ele que chamasse todos os
amigos vaga-lumes para enfeitá-lo todo, na sexta-feira de tardezinha. O pobre do Lago era muito desajeitado e humildezinho. Até tentou se enfeitar um pouco, mas os enfeites todos scorregavam na superfície dele e acabavam afundando. Quando chegou a sexta-feira, o Chorão estava lindaço, cheio de vaga-lumezinhos vaga-lumeando brilhosos nos galhos. Parecia uma árvore de Natal. E tão atrevido! Debochava horrores do pobre Lago, que só tinha uns peixinhos muito assustados espiando de vez em quando. A Juçara diz que aquele salgueiro estava um nojo, de tão exibido e certo de que ia ficar noivo da Lua. Mas acontece que, na hora em que a Lua apareceu atrás da montanha, ela viu todo aquele brilho do salgueiro refletido — onde? Ora, nas águas do pobrezinho do Lago, umas águas muito limpinhas e quietas. Claaaaaaaaro que ela achou o Lago muitíssimo mais bonito. Aí ficou noiva dele na hora, e nas sete noites de lua cheia vem se banhar nua nas suas águas quentinhas. O salgueiro? Ah, ficou tão desapontado que começou a despencar, despencar, despencar até virar essa árvore tristonha que a gente agora chama de chorão. Não é bonita a historinha da Juçara? Você pode achar um pouquinho triste, também, mas eu acho ótimo que o chorão tenha sido castigado pelo seu orgulho.
Daí, penso também outra coisa de gente grande: não adianta muito você se enfeitar todo pra uma pessoa gostar mais de você. Porque, se ela gostar, vai gostar de qualquer jeito, do jeito que você é mesmo, sem brilhos falsos.


in As Frangas - Caio F. Abreu

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Vem,


... "Mas que você me sentisse um pouco distante e tivesse pressa em me chamar outra vez para perto, para baixo ou para cima, não sei, e então você ensaiasse um gesto feito um toque para chegar mais perto, apenas para chegar mais perto, um pouco mais perto de mim. Então quero que você venha para deitar comigo no meu quarto novo, para ver minha paisagem além da janela, que agora é outra, quero inaugurar meu novo estar-dentro-de-mim ao teu lado, aqui, sob este teto curvo e quebrado, entre estas paredes cobertas de guirlandas de rosas desbotadas. Vem para que eu possa acender incenso do Nepal, velas da Suécia na beira- da da janela, fechar charos de haxixe marroquino, abrir armários, mostrar fotografias, contar dos meus muitos ou poucos passados, futuros possíveis ou presentes impossíveis, dos meus muitos ou nenhuns eus. Vem para que eu possa recuperar sorrisos, pintar teu olho escuro com kol, salpicar tua cara com purpurina dourada, rezar, gritar, cantar, fazer qualquer coisa, desde que você venha, para que meu coração não permaneça esse poço frio sem lua refletida. Porque nada mais sou além de chamar você agora, porque tenho medo e estou sozinho, porque não tenho medo e não estou sozinho, porque não, porque sim, vem e me leva outra vez para aquele país distante onde as coisas eram tão reais e um pouco assustadoras dentro da sua ameaça constante, mas onde existe um verde imaginado, encantado, perdido." ... Caio F. Abreu in Ovelhas Negras

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Leite - Ferreira Gullar

Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? (...)
Mas vocês não se lembram de nada, pô! Vai ver nem sabem o que é vaca.
Nem o que é leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite − leite em pacote, imagina, Tereza! − na porta dos fundos e estava escrito que é pasterizado ou pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e o escambau.
Será que isso é mesmo leite? No dicionário diz que leite é outra coisa: “líquido branco, contendo água, proteína, açúcar e sais minerais”. Um alimento pra ninguém botar defeito. O ser humano o usa há mais de 5.000 mil anos. É o único alimento só alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve para fazer outra fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha (...) O leite é só leite. Ou toma ou bota fora.
Esse aqui examinando bem, é só pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos não gostem de leite.
Mas, como não gostam? Não gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú!

LEITE
Millôr Fernandes. O Estado de São Paulo. 22/08/1999.

domingo, 24 de outubro de 2010

sem mais e muito menos, menos

Eu só quero que você saiba que tudo havia perdido, passado com o tempo, esquecido por mim, enterrado em mim.
Sem mais e nem menos, você vem novamente, depois de tanto tempo, como se não houvesse demorado tanto tempo para entender que não daria, você chega e diz coisas sem sentido, que fazem os sinos adormecidos, tocarem incessantemente, agora você vem, e eu me perco.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

LINKS

http://andru89.deviantart.com/

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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

FEEELICIDADE *-*

Sensação esquisita, mas boa, boa sempre, deva ser para compensar os dias de tédio prolongado do fim de semana mais que prolongado.
Se alguma coisa compensa algo, então esses momentos de alegria mesmo, feliz sozinha, mas feliz, feliz.
Um copo de água sentindo-se o mar, é assim que estou sentido-me. ...
Até brigando, discutindo, eu estou feliz.
QUE SEJA FELIZ ENQUNANTO EU DURAR

Jah comigo (ý =]


feliz, feliz, feliz. Uma página inteira feliz. Um livro inteiro feliz. Um mundo inteiro, feliz.- Adaptado Caio F. Abreu in Morangos Mofados


A felicidade que eu sonhei não existe sem você ♪ - Adaptado Felicidade Leandro Léo

tô adaptando tudo a minha felicidade, quero ver só quando ela não se adequar ao momento.

lálálálálálálálálálálá hsuhahauauhsha

DEIXA A DOIDERA BATER, DEIXA O CORAÇÃO BATER.

esse blog é intimista, né, pessoal e ainda por cima, particular e meu, então chega dessa parada quietinha, dessas frases bonitnhas, desses dias tristes.


CARALHO, QUE VONTADE DE SAIR PULANDO, QUE VONTADE DE MATAR ESSA SAUDADE, E GRITAR SEU NOME PELAS RUAS, TE LEVAR COMIGO BEM DO MEU LADO, DIZER PARA QUEM QUISER SABER, SIM, ÉÉÉ VOCÊ, ÉÉÉ VOCÊ. DE SAIR FAZENDO LOUCURAS, VENDO SEU SORRISO, DE VIVER CONTIGO, SABE, PORQUE O BURACO QUE EXISTE ENTRE NÓS É A DISTANCIA E ELA NEM É TÃO GRANDE ASSIM, MAS SE PUDESSE NÃO EXISTIRIA ESSA DISTANCIA GEOGRÁFICA, QUE SAUDADE DE VOCÊ.

TÔ BESTA CARA, TO BESTA E NÃO TENHO VERGONHA NENHUMA DE AFIRMAR ISSO, MESMO ESTANDO COM UMA SAUDADE FDP, A PRESENÇA, A LEMBRANÇA, CADICO DE VOCÊ ME DEIXA FELIZ. *-*


Por isso hoje eu acordei
Com uma vontade danada
De mandar flores ao delegado
De bater na porta do vizinho
E desejar bom dia
De beijar o português
Da padaria...

TO MAIS BOBO QUE BANDA DE ROCK QUE PALHAÇO DO CIRCO VOSTOK

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Parabólica - EngHaw

Ela pára
E fica ali parada
Olha-se para nada
(paraná)
Fica parecida
(paraguaia)
Pára-raios em dia de sol
Para mim
Prenda minha parabólica
Princesinha parabólica
O pecado mora ao lado
E o paraíso... paira no ar

... pecados no paraíso ...

Se a tv estiver fora do ar
Quando passarem
Os melhores momentos da sua vida
Pela janela alguém estará
De olho em você
Completamente paranóico
Prenda minha parabólica
Princesinha clarabólica
Paralelas que se cruzam
Em belém do pará
Longe, longe, longe (aqui do lado)
(paradoxo: nada nos separa)

Eu paro
E fico aqui parado
Olho-me para longe
A distância não separabólica

Parabólica
Engenheiros do Hawaii
Composição: Humberto Gessinger

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Como você sabe


Como você sabe, a gente, as pessoas infelizmente têm, temos, essa coisa, as emoções, mas te deténs, infelizmente? O outro talvez perguntaria por que infelizmente? Então dirás rápido, para não te desviares demasiado do que estabeleceste, qualquer coisa como seria tão bom se pudéssemos nos relacionar sem que nenhum dos dois esperasse absolutamente nada, mas infelizmente, insistirás, infelizmente nós, a gente, as pessoas, têm, temos
- emoções. Meditarias: as pessoas falam coisas, e por trás do que falam há o que sentem, e por trás do que sentem há o que são e nem sempre se mostra.

Caio F. Abreu

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Astronauta
Lulu Santos

Composição: Gabriel O Pensador & Lulu Santos

Astronauta tá sentindo falta da Terra?
Que falta que essa Terra te faz?
A gente aqui embaixo continua em guerra
Olhando aí pra lua implorando por paz
Então me diz: por que que você quer voltar?
Você não tá feliz onde você está?
Observando tudo a distância
Vendo como a Terra é pequenininha
Como é grande a nossa ignorância
E como a nossa vida é mesquinha
A gente aqui no bagaço, morrendo de cansaço
De tanto lutar por algum espaço
E você, com todo esse espaço na mão
Querendo voltar aqui pro chão?!
Ah não, meu irmão... qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?

Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu

Ah não, meu irmão... qual é a tua?
Que bicho te mordeu aí na lua?
Fica por aí que é o melhor que cê faz
A vida por aqui tá difícil demais
Aqui no mundo, o negócio tá feio
Tá todo mundo feito cego em tiroteio
Olhando pro alto, procurando a salvação
Ou pelo menos uma orientação
Você já tá perto de Deus, astronauta
Então, me promete
Que pergunta pra ele as respostas
De todas as perguntas e me manda pela internet

Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu

É tanto progresso que eu pareço criança
Essa vida de internauta me cansa
Astronauta, cê volta e me deixa dar uma volta na nave, passa a
chave que eu tô de mudança
Seja bem-vindo, faça o favor
E toma conta do meu computador
Porque eu tô de mala pronta, tô de partida
E a passagem é só de ida
Tô preparado pra decolagem, vou seguir viagem, vou me
desconectar
Porque eu já tô de saco cheio e não quero receber nenhum e-mail
com notícia dessa merda de lugar

Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu

Eu vou pra longe, onde não exista gravidade
Pra me livrar do peso da responsabilidade
De viver nesse planeta doente
E ter que achar a cura da cabeça e do coração da gente
Chega de loucura, chega de tortura
Talvez aí no espaço eu ache alguma criatura inteligente
Aqui tem muita gente, mas eu só encontro solidão
Ódio, mentira, ambição
Estrela por aí é o que não falta, astronauta
A Terra é um planeta em extinção

Eu vou pro mundo da lua
Que é feito um motel
Aonde os deuses e deusas
Se abraçam e beijam no céu

Um tal de Twitter

- Vamos sair?
- Não.
- Por que ?
- Esse negócio de Twitter ...
- O que tem esse tal de Twitter?
- Não sei, tem mexido muito comigo ultimamente.
- Como assim?
- Fico longe, e logo sinto saudade.
- Isso é vício. Sabia?
- Não, é uma escolha.
- Sentir saudade de algo abstrato é escolha?
- Também, mas digo escolha é ficar no Twitter.
- E qual a graça de falar sozinho?
- Não é falar sozinho, é desabafar. ...
- Não entendo.
- Tenho a nítida impressão de estar só, e de repente ... todo mundo vê
- Vê o que?
- O que eu escrevo sabe ?
- Não, não sei.
- A graça aqui, creio, está justamente no tosco e no tolo.
- O que?
- O que, o que?
- Isso que você disse!
- Ah, é o Caio, sabe o Caio?
- Quem é Caio, deva ser mais um daqueles seus amigos virtuais ...
- Não o Caio, é um escritor, em alguns de seus livros está isso não consigo me lembrar qual ...
- Deva ter sido, o twitter!
- O que tem o twitter?
- Deva ser ele que te faz esquecer das coisas.
- Não, ele me faz lembrar de muitas outras, e esquecer o que não tem necessidade. Você tem twitter?
- Não. ... Vamos sair?
- Não tem o twitter e também estou com muita preguiça para tanta animação.
- O twitter fica, a festa vai ...
- As pessoas vão e o twitter ...
- Hã?
- É o twitter é humano, sabe real.

tumm ... tummm ... tuummm

- Sem entender muito do que eu dizia ele desligou o telefone. Não é para entender muito sabe, é para usar, eu digo, o twitter tem, que usar, sabe.

domingo, 10 de outubro de 2010

Morangos Mofados



Meus caros, confesso, estou ecstasiada, acabo de completar a leitura do livro Morangos Mofados - Caio Fernando Abreu. - Não estou aqui para fazer critíca nenhuma ao livro, só vou falar um pouco sobre ele, já que esse miniespaço é meu- .
É o seguinte o livro é totalmente envolvente, foi o primeiro livro do Caio - intimidade- que li, já conhecia frases soltas dele. Mas somente agora que fui atrás de algum livro dele, e não sei por que fui justamente no Morangos Mofados, nada demais, aliás tudo de mais. O livro é fantástico. Mais uma vez fantástico. Um livro de contos, vários contos. Nunca havia lido livro de contos e gostei da minha estréia.
O conteúdo do livro é totalmente livre, totalmente do tipo de "coisas" que gosto de ler, não tem meio termos, tem palavrões, gosto desse tipo de literatura, totalmente existêncialista, totalmente real.


Mas porque as coisas são mesmo assim, talvez por certa magia, predestinações, sinais ou simplesmente acaso, quem saberá, ou ainda por ser natural que assim fosse, e menos que natural, inevitável, fatalidade, trágicos encantos

Mais um pouco de CFA

escreva então para destruir o texto, mas alimente-se. Fartamente. Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta. E eu acho - e posso estar enganado - que é isso que você não tá conseguindo fazer. Como é que é? Vai ficar com essa náusea seca a vida toda? E não fique esperando que alguém faça isso por você. Ocê sabe, na hora do porre brabo, não há nenhum dedo alheio disposto a entrar na garganta da gente. - Caio Fernando de Abreu in Morango Mofados

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

plástico

nada, nada mais adianta, ando por desertos, repletos de pessoas conhecidas, conhecidas demais.
desinteressantes, demais.
Algumas pessoas são como plásticos, são fabricados, vendidos, usados, usados, usados, e após um tempo descartados, demoram tanto tempo para se decompor tanto tempo autodesgantado-se, nem reclicagem quer. Não decomponhem-se, não se recomponhem.



Sem criatividade para pensar em algum título.